sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Quando Dormi. / Quando tu Dormes.


nelle notti blu
quando i tuoi occhi si chiudono
il mio cuore esplode
nelle innumerevoli stelle
che dall'alto, tenui,
custodiscono la pace dei tuoi sogni.

Ma alcune
pazze d'amore
ancora ti cercano, impazienti
cadendo come lacrime fugaci
in direzione di quell'orizzonte
dove giace l'aurora
promessa del tuo risveglio
squarciando così
il velluto scuro di questo cielo
insopportabilmente spento
senza il tuo sguardo.

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nas noites azuis
quando teus olhos se fecham
o meu coração explode
nas inúmeras estrelas
que lá de cima, ténues
resguardam a paz dos teus sonhos.

Mas algumas
loucas de amor
ainda te procuram, impacientes
caindo como lágrimas fugazes
em direção daquele horizonte
onde ja se encontra, na aurora,
a promessa do teu despertar
rasgando assim
o veludo escuro deste céu
insuportavelmente deslustrado
sem o teu olhar.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Orquídea Branca.

o meu encontro tu esperas
como a mais bonita das flores,
e em minha volta tu flutuas
como a mais encantadora das borboletas,

entregando a preciosidade
de guardadas esperanças
para a fragilidade
de tuas brancas pétalas
e a gracilidade
de tuas tremulantes e candidas asas.

Desse teu híbrido clarão
de borboleta e flor
de hoje em diante eu farei
o sol a iluminar meus dias
e a lua a esclarecer minhas noites.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Olhos Lânguidos.

nas águas amplas e plácidas
dos seus olhos lânguidos
se espelham e se confundem
as nuvens dos meus turbamentos,
caem e afundam
os relâmpagos do meu martírio,
planam e descansam
os bandos migrantes
dos meus nativos anseios.

Lagoas de onde eu venho,
lagoas para onde eu vou.

O meu trabalho.

Sentado em um banco, no jardim público da minha existência, passo o tempo, arremessando migalhas de ideias para pombos que, de tanta pouquidade, farão uma refeição completa.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Enxadristas.

sessenta e quatro casas
de luz e ténebras,
um rei e uma rainha
em uníssono põem
os próprios passos,
tramando em dança
o labirinto aonde
aprisionada e perdida
a morte agora erra
sem mais destino.

Nós de um lado,
o nada do outro.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Fora de Pista.

desencadeei
os 745 CV
do meu coração
na insidiosa pista
do seu corpo esguio

e na linha reta
do seu antebraço
desgastei em rastros
os meus labios em chamas,
capotando enfim
na curva apertada
do seu polegar.

Nesse fora de pista
sem parar eu rolo
confundindo assim
êxtase e tormento.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Arame Farpado.

no arame farpado
das nossas incompreensões
se encalha tolamente
o corpo frágil
das nossas boas intenções
sangrado verdades
oferecidas em dom
a um deus laranja
cadastrado fraudatoriamente
na anagrafe de Tenochtitlán.

Sarpando.

costurei a pluralidade
dos corações alheios
que jazem aos seus pés
como conchas vazias
ecoando e adornando
o seu narcísico lamento

e nessa remendada vela
assoprei o vento gélido da sua ausência
sarpando das praias
aonde hoje desovaste
o meu adeus.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

De Quatro.

o ímpeto das minhas ondas
repetidamente se infringe e desvanece
entre as areais das suaves dunas
de seus quadris
que amplos acolhem o meu advento
ultimo destino
do meu oceânico naufrágio

pelo arco impérvio de suas costas,
enganado pela cobiça,
o vento cálido do meu desejo
desliza e se condensa
redemoinhando em agonia
no vale profundo e estreito
da sua cintura

ainda me espera
escalar as alturas de suas costas
aonde, no topo, largando o peso
das separadas prisões de nossos corpos
os nossos olhos enfim se encontrarão,
passagem única e obrigatória
para o nosso êxodo,
prosseguindo, finalmente juntos
em direção de uma eternidade
que grávida de fé
confiante aguarda
o nosso regresso.

sábado, 30 de novembro de 2019

Fritando.

a sua ausência
é uma faca
que passa silenciosa
pelo meu corpo de manteiga,

então, sozinho
eu me derreto,
fritando no entressonho
de um seu único beijo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Alcatrão.

na sua densidão
eu lentamente afundo,
ao seu escuro abismo
não resiste meu corpo exausto,
e no alcatrão de suas pupilas
afoga o meu ultimo clarão,
porque você é
a escuridão na qual tudo dorme
e de qual tudo acorda.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Suas Mãos.

suas compridas mãos
na multiplicidade hipnotizante
dos seus dedos sinuosos
são as artérias coronárias
que agarram e alimentam meu coração
são as raizes de uma antiga arvore
que seguram o deslize da minha luxuria
são os vergalhões de aço
de uma barragem em concreto armado
aonde eu ja recolho
cem mil metros cúbicos
de espermatozóides.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Definição Sexo

Sexo è aquele pensamento da natureza com o qual você concorda completamente sem nem saber o porquê.

Seus Lábios

de virgens profundezas
eructam em voluptuosas pétalas
montanhas de magma vivo
acendendo as noites obscuras,
ardendo e sepultando inexoravelmente
os frágeis arbustos da minha hesitação.

A exuberância da sua pré-histórica veemência
não cabe em um só corpo
desbordando macia e generosa
chegando em vão até a minha boca
erodida por uma fome milenar.

Insaciante alimento
são seus lábios
avessos de todos os meus anseios.

sábado, 23 de novembro de 2019

Sale / Sal

Il sale del tempo
ha bruciato le mie labbra
scavando pieghe aride
dove, al riparo da ogni lacrima
ancora dormono silenti
i tuoi ultimi baci.

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O sal do tempo
queimou meus lábios
cavando dobras secas
onde, resguardados das lágrimas
ainda dormem quietos
seus últimos beijos.