eu coletei policromáticas verduras,
cortando-as com as razões que eu desconheço
aferventando-as e salgando-as no desejo de ti
secando-as enfim aos teus silêncios,
afogando-as no ouro liquido de uma certeza
as amontoei na torre encantada
de um frasco de vidro
que forte o sono delas protegerá
e que sádico seus corpos coloridos
como iscas mostrará
para um tempo tanto impiedoso quanto estúpido
e que em vão tentará devorá-las
quebrando os dentes dos dias que virão.
É assim que os meus poemas
chegarão aos teus invernos
quando tu, cercada pelas frias névoas do oblívio
ainda poderá abrir e acender
a riqueza dos dias que se foram
e a ingenuidade operosa
das minhas mãos.
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