quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Fare e Disfare.

fare e disfare
è il tuo modo di amare
costruire e poi smantellare
sfuggire per poi cercare
perdere e poi trovare
illuminare per poi offuscare
respingere e poi abbracciare
partire per poi tornare
sapere e poi dimenticare
prendere per poi dare

amarti è come respirare
e senza te
io non riesco a stare.

Museu.

no espaço arqueologico
da sua indiferença
desenterro
os fosseis de um amor
que logo penduro
nas brancas paredes
do meu museu
de papel.

Na Floresta.

esse amor é uma floresta

na mata fechada
de suas indecidoes
me aguardam doces frutos
e venenosas mordidas

o que será de nossos corpos?

queimaremos em chamas
na obscuridade discreta de uma noite?

ou alimentaremos como petroleo
a mecanica histeria de futuros motores?

WWF

no espaço profundo
da minha armadilha
a sua caça e o seu dominio
sao a inocente ilusao
de poder controlar
a minha sombra
de bem intencionado
predador.

Matematica da Incompletude

um amor insuficiente
sempre machuca
com o negativo dos numeros que ainda faltam
para completalo.

Electricista Sideral.

para cada seu sorriso
acendi uma estrela

nessa noite
que é so a sombra
de uma sua perplexidade

a constelação remota da sua felicidade
ainda orienta
a minha navegação.

sábado, 24 de setembro de 2011

Apaixonarse.

Apaixonarse
é uma iluminante
tolice.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rodando.

a noite
é uma periodica magoa

a terra chora
em estrelas
o temporario desaparecimento
do sol

planeta, pequeno astro
voce confunde o sujeito do abandono
inconsciente da tua propria
rotaçao.

Em Particulas.

sem dor
teletransportandome
com a tecnologia futuristica
da sua teimosia

desapareço
involuntariamente
na sua voluntaria
cegueira.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Suicidio.

voce conhece as razoes
da existecia minima
a sua discreção e a sua elegancia
sao o grau zero
da necessaria vulgaridade

a sua vida, o mais sublime suicidio.

Continuando.

as vezes sou tentado de dar uma continuaçao cientifica por cada poesia, seria como passar de uma imagem para a construção do objeto real, atomo por atomo, particula por particula.

Foto.

fotografo a sua eternidade
num instante
esse prazer é um flash
que ilumina uma verdade

nao feche os olhos.

Abelhas.

incompletos e confusos
retratos em letras
de mulheres que nao conseguem
manter a pose

escravas de uma vida
que corre sem parar
como abelhas
recolhem os polens das minhas flores
deixando ao tempo
a nao comestibilidade das petalas.

Guerra.

entusiasmados elementos
se expandem e definem
a manifestação de uma generosidade sobrenatural
nessa suave e coerente
luta de confim que é o seu rosto

rosto que ja nao contem mais
essa guerra que invade e devasta
em chamas
os campos adormecidos
da minha alma.

Defeitos e Qualidades.

a harmonia de seus defeitos
é a sua melhor qualidade.

Um Silencio.

esse silencio
é o rastro da alma
que me arrancaste

e que voce hoje guarda
no bau das coisas
que nao veste mais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dinheiro.

é verdade, o dinheiro nao te da a felicidade
mas pelo menos ta empresta.

Aos Antipodes.

vagabundo esse amor
anda por campos espumantes
e oceanos florídos

corrupto o acaso
com a minha poesia
acidentalmente te encontro
aos antipodes
dessa inexistente comunhão.

Paraiso Enlatado.

te reviro incessantemente
nas minhas maos
concentrado e serio
procuro a lingueta
do paraiso enlatado
que voce é.

100°.

na sua espera
cozinho que nem uma batata fervida
na lembrança de suas palavras
eu rodo e rolo
empurrado desordenadamente
entre emoçoes que sobem como bolhas

me descasque no jantar.

Crucificado.

atroz e cruel
o seu olhar
me passa
como prego
e ja prende os meus braços
na aceitação irreversivel
do destino
que voce é.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quando Voce Viaja.

o mar ja preenche
a distancia entre nos

resguardam o nosso amor
essas aguas
que logo afundam
tudo aquilo que atravessa
o caminho reto da nossa saudade

saudade que corre
como vento
a tocar em ondas
os soluços dessa doce magoa
que voce,
como chave a esperar o seu regresso,
guarda secretamente
no meu coração.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fazendo Caffé.

fazer literatura é como fazer caffé,
e a poesia é um expresso.

Ressurreição.

os meus abismos de tumba
sao ja ceu
ao clarao de seus olhos
eu nao acho mais
o meu corpo.

Oceano.

de toda a aridez
do meu andar solitario
voce destila
aquela unica lagrima
que para as areias da minha alma
é ja oceano.

domingo, 11 de setembro de 2011

Pescador.

como um mudo grito de saudade
lançarei o meu arpiao de letras
para o teu peito

Sereia
dos meus desconhecidos mares
ate mim eu te trarei
sangrando a paixao que voce nao canta
nesse barco
que anda e flutua
como perdida alcova.

Silogismo do Desespero.

a vida é um caminho sem sentido
amarte tambem é
amarte é vida.

Esporte Extremo.

A poesia é
o esporte extremo
da alma.

Vinho.

no setembro
da minha vida
andei pelos terraços da minha alma
e recolhi o meu amor em cachos

no carvalho dos nossos abraços
o suplicio da sua espera
ja se transmuda em vinho

no inverno da minha ausencia
guarde esse meu sentimento tinto
nas adegas empoeiradas de seus anos

beba dele
para acender as lembranças
e para esquentar suas maos
quando no frio de um amor que nao é mais
as horas cairao como neve
lentas e silenciosas,
lentas e silenciosas
como lagrimas.

Un Pesce.

nel proposito di raggiungerti
squame e pinne mi son cresciute
e adesso che accidentalmente ti incontro
io mi dibatto goffo
tra le sabbie che mi offri.

Una Boa.

il mio pensiero
una boa di plastica
colorata e vuota
que mantiene a galla la mia agonia
senza senso
in questo naufragio esistenziale
senza senso.

sábado, 10 de setembro de 2011

Trilhos.

eu e voce
dois percursos paralelos
duas vidas que nunca se encontrarao
os trilhos poeticos
onde corre o trem
que carrega o ouro
do nosso tempo.

Quanto Tempo.

quanto tempo
sobreviverei sem amor?
Ah poesia, com o seu forte vento
me leve para longe
afogue em suas aguas
essa sede que so da sede
me rode e me arraste com suas palavras
ate me dar tonteira e vertigens
confunda os meus sentidos
desperda o meu coração
num oceano sem praias.

Lago.

te aguardo
como un lago
no abrigado silencio
de tuas alturas
entre as verdades solidas
de tuas montanhas

a paixao do seu respiro
ja queima os secos arbustos do seu passado
preparando as tuas terras
aos beijos de minhas gotas cristalinas
e ao triunfo da sua verde ressurreiçao

venha para mim
deixa que a as minhas maos
em ondas suntentem e levantem
a sacralidade do seu corpo ao ceu

e depois como nuvem, como rio
desça e desague em mim
me encontre e se encontre
na sinceridade dessas aguas
onde tudo termina e tudo inicia.

De noite.

o ceu da noite
ja se estendeu
a proteger a luminosa paz
de teus sonhos

so vislumbro a tua luz
nos rasgos desse antigo cobertor azul
nos brilhos das estrelas
que ainda me sussurram os teus segredos

e nesse acalanto
eu deito e te aguardo
como uma manha
para que seus olhos abram
a emprestar a luz
ao novo dia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ossos.

so hoje que voce
reconheceu o corpo
de um amor
que so existiu
na candura dos ossos
da minha poesia.

Grutas.

na fenda
de uma pequena mentira
precipitam todas as minhas aguas

o claror das minhas nuvens
nao mais acompanha
um sentimento que
fluido se perde
na obscuridade subterranea
das tuas inextricaveis grutas.

Sintoma Manifesto.

os anticorpos da tua autarquia
ja agrediram o estupor da minha poesia
o seu vacuo sorriso
é sintoma manifesto.

Asfalto.

a poesia rola e se disloca
entre eu e voce
e essas letras
sao somente
asfalto.

Fortaleza sem Sentido.

eh sim...
voce acorda e percebe
que tudo permaneceu no dia anterior

uma noite sem sonhos
é um fosso que precipita e obscura
os percursos que poderiam te levar
para aquilo que ficou atras

e uma janela covarde
te entrega
a luz impiedosa de um novo dia
iluminando a sua miseria
de fortaleza sem sentido
sem mais nada a proteger.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Timidez.

o rosa que ilumina
as maças do seu rosto
é so a aurora
de um amor
inevitavel como o dia.

Escolha.

Ou a onipotencia ou a morte!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Louça.

hoje a louça esta brilhando
trofeu de uma noite
que conseguimos ganhar da vida.

1987

Amo tudo aquilo que foi produzido em 1987.

Teus Beijos.

os teus beijos
nao pagam
a alma que me roubaste.

Rasgando.

eu faço poesia
nao costuro palavras
eu as rasgo
para mostrar a pele clara
de uma verdade.

Nesse Feriado.

para me reecontrar
nao preciso viajar,
preciso que os outros viajam.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ateismo Narcisistico.

Sou ateo somente quando estou com baixa autostima.

Como uma Arvore.

viro-me para o ceu
e com a alquimia que
o seu respiro me sugere
transformo a luz em madeira

te protegerei assim
dos ventos do inverno
e do calor do verao

alimentarei os frutos
que te alimentarao
dia apos dia
estaçao apos estaçao

so para te ver
dormindo
aos meus pes
com ao seu lado
os caroços que
voce deixou aguardando
como promessas de amor.

A minha razão.

a minha razao é
o advogado filho da puta
do meu coraçao vagabundo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Ulisse.

navego
por suas assombrosas ondas

enfrento as ameaças das suas difidencias
que surgem como rochas
das aguas espumosas da sua oposição

ja dilacerou as velas da minha paz
o vento da sua teimosia

a luz do amor que voce nega
é um farol escondido
entre as nuvens pretas de uma tempestade
que mesmo assim nao me segura

pois, alem dos trovoes
eu sempre escuto
o chamado encantador da sua alma
que me acorrenta e me puxa
inexoravelmente ate voce

nao tem como
em sua direçao avanço

eu, Ulisse em teus mares.

sábado, 3 de setembro de 2011

Provas Tecnicas.

com voce
as provas tecnicas
de um amor a vir.

Il Maestro.

dissolva a sua inexperiencia
no abrangente espaço da minha determinação

consagre a escravidade da sua atenção
a dança dos meus movimentos

entregue as suas açoes
aos amplos gestos dos meu braços

acompane as minhas maos
em ondas
tecendo em gloria
todas as suas notas

a sua barroca inocencia é um papillon branco
no frac dessa minha poesia
eu, elegante maestro
do seu armonioso abandono.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Parteiros.

eu extraio poesia de voce
para que voce possa extrair voce
da poesia.

Jardineiro.

trabalharei sem pausa
entarrarei as folhas secas do seu passado
para que os segredos dos fungos fortaleçam as suas raizes

semearei os meus abraços
para que cresçam arvores grandes e fortes

regarei seus timidos sorrisos
para que virem girassois

trarei
as borboletas coloridas dos meus sonhos
o canto dos passaros dos meus assobios
e a imensa felicidade do sol
que ja nao seguro mais no meu coração

eu, jardineiro da sua alma.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rima Alternada.

Voce é
a doença e a cura
nesse amor
que eternamente perdura.