sábado, 23 de maio de 2009

"Eu".

Tenho interesse para tudo menos que para mim mesmo.
Me sinto como um mecanismo onde entram informaçoes, que puxam outras, que se misturam, se rasgam e se ricompoem para ser jogadas novamente de fora.

Sou um processo, sem nenhum livre arbitrio, um boneco reciclavel baseado no carbonio, um sistema fragil, que pode entrar rapidamente em decompociçao.

Nao sei onde inicio e onde acabo, nao consiguo e nao me interessa definir o limite que deveria ser eu. Uso o condicional mesmo porque Descartes estava enganado quando afirmava "cogito ergo sum", as coisas nao sao tao simples como ele pensava.

Odeio falar de mim, pensar que tenho algum merito de fazer ou ter feito algo, de receber elogios, de tirar foto, de fazer a barba, de pentiar o cabelo, de comprar roupa, de colocar um sapato novo ou de me preocupar com a minha conta no banco. Eu sou simplismente um acontecimento, o resto è so congetura.

Eu faço parte de tudo e tudo faz parte de mim, parte de mim ja esta em outras pessoas e parte de outras pessoas estao em mim, somos so um fluxo, um fluxo que nao tem como fechar em duas letras.

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